sexta-feira, 18 de março de 2011

SILÊNCIO

gritos,urros, desavenças...
discussões, ritmos dissonantes,
falas arranhadas, discussões quebradas...
é a trombeta que não para de chiar
e que torna meus ouvidos surdos...
desafinos gritantes que atordoam
o silêncio do mar profundo
que adormece em sonhos
e desperta no desespero...
me quedo no atordoante
simbilar de vozerios
que não param de gritar...
cadê o sono lubrificador
que tampam meus ouvidos
ensudercidos de insanidade?
minha voz não alcança
a balbúrdia do coro
que grita desvairada cada vez mais...
minha voz é a lágrima
silenciosa da paz, do sossego,
da esperança do silêncio
que nunca vem...
ameaças, palavrões, discórdias...
eu sonho e choro e me iludo
com o oceano profundo
que acalenta meus sonhos
dos desejos não realizados...
eu quedo, eu caio, eu rolo
de pedra em pedra
me ferindo na bagunça
incessante do atordoamento
ignóbil da gritaria universal...
as roldanas giram,
absorvendo escravos da miséria
barulhenta do gritar mais alto...
a máquina continua
potente na escalada mórbida
de potentes fracassados...
provar o que? para quem?
quero silêncio para adormerecer
na singeleza da gentileza
do meu sonho maior...

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