quarta-feira, 25 de agosto de 2010

CÉREBRO

Pensar, pensar sem parar...
Meu único movimento permitido...
Um cérebro pensante,
Sem corpo, sem carne, sem matéria...
Não tenho rotação
Que me permita
A mais suave permuta...
Uma massa pensante,
Presa, amordaçada, acorrentada...
Meu corpo dói!
O tempo não passa
E escorre pelas paredes
Meus silêncios de agonia!
Meu cérebro anda, corre,
Voa no lugar do corpo...
Surda, muda, cega!
Estou presa nessa gigantesca
Parede de tijolo ruído,
Que cai, aos pedaços,
Nos meus poucos sentidos...
Meu cérebro grita,
Esperneia no meu corpo
Engessado de concreto!
A voz da minha dor,
o grito do que eu sou...

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