segunda-feira, 6 de setembro de 2010

Assim como a flecha certeira nas mãos do arqueiro, tomaste posse, mansamente, da minha alma, dos meus desejos, dos meus sentimentos. Tornas-te meu lenitivo, meu destino, meu objetivo. Transformas-te no centro nervático de minhas ações e minhas ternuras. Pegaste em minhas mãos e me conduzis-te aos céus e aos infernos, fazendo-me experimentar o néctar e o veneno. Fizeste-me encontrar com deuses e demônios renascidos com o éter da existência. Curvei-me as tuas vontades, assim como se curva ao seu Deus único e soberano. Esqueci-me de mim para surgir em ti no movimento intenso das ondas do mar. Tornaste-me tua, inteira e sem reticências. De olhos fechados concedi-me a ti como um gesto de ambrosia. Meu espírito habita em teus pensamentos assim como meu coração mora em teus desejos. Tomaste posse daquilo que sou! Inteira, total, íntegra e uma... Sempre, agora, no instante-já do amor que já não é meu, mas único e exclusivamente teu!



E hoje é um dia especial. Especial para os meus sentimentos. Um dia em que me conscientizei, de corpo e alma, que te pertenço. Meu desejo e meu prazer só estão vivos se forem os teus. Muitos quiseram destruir essa certeza óbvia. E cada vez mais essas tentativas me aproximaram mais de ti, a quem escolhi para reger meu destino. Porque entreguei-me em tuas mãos para que me modelaste ao teu gosto. E cada vez mais, mergulho em ti, sem querer saber o que encontrarei no térreo. Cada vez mais minha confiança aumenta e faz com que minha entrega se torne absoluta. Tu soubeste compreender minhas hesitações, minhas inseguranças, meus atordoamentos e me conduziste para dentro de ti. Aí é meu lugar, aí é minha morada, seja na dor ou no prazer. Eu pertenço a ti. E nada nem ninguém me afastarão de ti!



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