terça-feira, 7 de setembro de 2010

Não me encoleiraste para me sufocares;

não me dominaste para me prenderes;

não me algemaste para me subjugares;

não me fizeste tua para me aviltares;

não me transformaste em uma cadela,

em tua cadela,

para que eu latisse sem noção...

Me fizeste prisioneira de ti

para que eu me libertasse de mim!

A tua morte sobre mim,

é tua dádiva sobre meu nascer...

Me aceitaste tua para que fosse do mundo,

como a cadela mulher, vadia e menina

livre de subjugos e conceitos

que revestem a ilusão humana...

Quiseste minha devoção

para que eu percebesse

o orgulho de ser inteira no que sou...

Descartaste meu amor,

porque amor julga,amor replica,

amor questiona e amor cobra...

Mas recebeste de braços abertos

a devoção da minha crença,

no mergulho intenso e pleno

de encontro ao que querias me mostrar...

Com isso, me fizeste mais tua,

porque me deste a liberdade de escolher,

sem ter que provar o que sou...

Acreditaste em mim, como acreditei em ti

pousando tua mão em meu coração

para que eu alçasse o vôo em direção ao infinito

e soubesse que minha morada e meu abrigo

sempre estará na minha escolha...

Nessa escolha que me torna íntegra,

inteira, plena e Tua!



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