segunda-feira, 6 de setembro de 2010

Deus que dor!



Não consigo mais pensar Senhora


com essa dor que me trucida,


que mata a minha carne,


massacra meus sentidos!


Meus sentidos atentos as suas ordens...


Crueldade atroz!


Crueldade que me excita,


crueldade que me desespera,


crueldade que me aproxima de ti!

Do querer e do não querer,

do desejar e não desejar,

na unicidade e na duplicidade...

Dor e prazer,

delírio e êxtase,

sem noção mais de querer...

Limites, distância...

Dor! só dor que anestesia,

que sangra e devora...

Misericórdia para uma cadela!

Piedade para a Tua cadela!

Eu me quedo a teus pés

e ofereço-te essa dor em sinal de devoção,

para que possas ter a misericórdia de a aceitares;

e ofereço-te meu pranto,

meu sofrimento,

só para obter Tua misericórdia!

Escuta-me Senhora!

Ouça o meu latido!

Eu lhe imploro humildemente por Tua piedade,

por tua complacência!

Tome tudo Senhora!





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