sábado, 18 de setembro de 2010

Deus! Que dor!
Não consigo mais pensar senhora!
Com essa dor que me trucida,
que mata a minha carne,
massacra meus sentidos...
Meus sentidos atentos as suas ordens...
Crueldade atroz,
crueldade que me excita,
crueldade que me desespera,
crueldade que me aproxima de ti,
do querer e do não querer,
do desejar e não desejar,
na unicidade e na duplicidade...
Dor e prazer,
delírio e êxtase,
sem noção mais de querer
limites, distâncias...
Dor! Só dor que anestesia,
que sangra e devora...
Misericórdia para uma cadela,
piedade para a tua cadela!
Eu me quedo a teus pés
e ofereço-te essa dor em sinal de devoção,
para que possas ter a misericórdia
de a aceitares!
E ofereço-te meu pranto,
meu sofrimento,
só para obter tua misericórdia!
Escuta-me senhora!
Ouça meu latido!

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